Vento...
Havia acabado de ler as 420 páginas do livro que ganhou de presente e chegou à conclusão que lia muitos livros, até demais. Acreditava que a literatura era bálsamo e veneno. Ao mesmo tempo em que permitia libertar o pensamento escravizava a alma, incrustando-a desejos que não cabem no mundo real.
Estava agora trancada no quarto, apreciando o cair da tarde através da fumaça do cigarro. Encostada na janela observava o movimento das árvores e o balanço das folhas. Sentia-se agora como se não fosse capaz de conter a alma dentro do próprio corpo. Sentia-se como um gigante pesado que não encontra conforto no quarto pequeno. Como um dragão inquieto, batendo a cauda no chão e cuspindo brasas de ansiedade.
Não era capaz de precisar a causa de tamanha inquietude. Desejava não estar ali, desejava não sentir essa frustração que lhe roía os ossos. Seu peito rebentava em desejos, tantos e tão intensos que sua vida lhe parecia curta demais para que pudesse realizá-los.
Repetia baixinho pra si mesma: “Deixa o vento ventar...” Uma espécie de oração, um mantra no qual acreditava que o vento fosse capaz de varrer pra bem longe a tristeza, a doce solidão, velha conhecida com a qual já estava habituada.
E continuava a murmurar... “Deixa o vento ventar... Deixa o vento ventar e varrer e ventar e varrer e ventar...”
Estava agora trancada no quarto, apreciando o cair da tarde através da fumaça do cigarro. Encostada na janela observava o movimento das árvores e o balanço das folhas. Sentia-se agora como se não fosse capaz de conter a alma dentro do próprio corpo. Sentia-se como um gigante pesado que não encontra conforto no quarto pequeno. Como um dragão inquieto, batendo a cauda no chão e cuspindo brasas de ansiedade.
Não era capaz de precisar a causa de tamanha inquietude. Desejava não estar ali, desejava não sentir essa frustração que lhe roía os ossos. Seu peito rebentava em desejos, tantos e tão intensos que sua vida lhe parecia curta demais para que pudesse realizá-los.
Repetia baixinho pra si mesma: “Deixa o vento ventar...” Uma espécie de oração, um mantra no qual acreditava que o vento fosse capaz de varrer pra bem longe a tristeza, a doce solidão, velha conhecida com a qual já estava habituada.
E continuava a murmurar... “Deixa o vento ventar... Deixa o vento ventar e varrer e ventar e varrer e ventar...”
Comentários