Outra volta.
Quando voltaste e era tarde,
à pouca luz me encontrou,
não meia luz, pouca luz,
na sala,
meia calça,
meia no canto rasgada,
encobrindo pernas que esperavam um rasgo outro,
aquela hora dos seus dedos, unhas, garras.
A festa foi até tarde parece!?.
Teu cheiro de bebida é forte,
denuncia teu corpo,
outrora tão forte,
tão fraco agora,
caído diante mim,
fraquejando um abraço
praguejando um aperto,
disfarçando um sorriso,
cheio de um sal alcoólico,
de um cheiro eólico de noites sem fim.
A meia luz que era pouca,
te clareava amarelo agora,
teu riso amarelo agora,
era só nicotina,
uma rotina pra rimar
com teu olhos amarelos,
de torpe.
E só agora voltas: tão tarde!
Tão rasgo sem fazer,
em meio as minhas pernas,
que outros braços essa noite, confesso,
até tocaram, afora beijos mil.
Mais espertos que os seus,
menos verdadeiros devo supor,?
mais tristes também,
feito eu,
e você agora esta noite,
quase manhã.
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