quarta-feira, 30 de junho de 2010

1000 Sóis

Permanece em mim
Mesmo que a Distância
Há pouco tempo se faça.

Permanece na fadiga,
no ferver que sempre me foi inerente.

Se meu fosse o calor
No inverno eu estaria.
mas na física destas partículas
Não me atrevo teorizar;
E contradizer, jamais!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Poesia pra ti.

Aí: não tinha rima nenhuma!
Nenhuma rima rimava.
A poesia era muda.
O silêncio era nada.
Ali a idéia passava,
o sentimento fluía,
e a caneta faltava,
a pena doía,
o canto se inflava.

Naquela muda de noite,
toda sorte era bruta,
e toda pedra parada.
Quando a rua chama os loucos,
tens mais não uma escolha,
Eu me fazia de surdo.
escutava teu grito,
fechava as janelas,
e queria escrever.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Gira Mundo

Gira o mundo

Resta pausar

No tempo

O que não é.

Fazer ficar

Guardar

Meu amor

Em outro lugar

Num tempo

Que não é mais

No tempo das paixões.

Esse lugar

Onde guardo

Posso chamar

Paraiso da ilusão.

Pois

Um mundo que fica

Um amor que dura

Não existe mais.

Só lá e só Mi Fá.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como, poesia?

Como eu poderia juntar palavras,

Assim a esmo, para parafrasear

Verbos e conjugar contextos?

Como poderei refrear ações ao anunciar

Porções do verbo amar?

Fazendo tudo sem texto,

Sem traço, sem mesmo enunciar

Frágeis frações de fraternidade;

Traços prolixos de linguagem,

Meu amigo eu que não sabe falar.

Se existe uma declaração muda,

Uma noiva surda,

Um romance casual!

Como poderei usar de comunicação

Intra-verbal, circunstancial, sensorial?

Como não conter os atos de louvor.

Algo parecido com amor,

Furor da simpatia,

Fazer, no silêncio, perdoar,

Com minha P-O-E-S-I-A,

Algo que não posso representar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Redenção

Um erro inocente e sem inocência,
corrói sulfúrico quem o comete quando machuca alguém.
É pior porém, quando esse alguém, é a quem sem,
você não saberia quem ser.
Não porque o tempo não tenha te dado a calma fria da paciência,
que uma raiva repetida e nova exige. Mas sim, porque o amor confunde a alma,
e agora não sabe mais quem sê-lo: se é ela ou tu, a quem fere o zelo.
E o amor parece diminuir na dor da ferida latente. Mas amor, amor de verdade:
esse não tem medida, não é grande e nem menor,
nem mais belo ou pior, amor é amor e só,
se existe, existe em redenção.
Te amo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tantas vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Pablo Neruda

domingo, 13 de junho de 2010

Amor

Não vai tão longe,
Não me deixa seguir;
Segue um dengo,
Voz miúda,
Carícias mudas;
O meu amor;
Um vocabulário próprio,
Mãos atadas,
Frouxas risadas...
E tensões.
Ciúme bobo...
Há contragosto,
Vamos seguir.
Faz-me um dengo,
Preencha-me à noite,
Faz-me existir...
Como o teu amor.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Rotina

Quando nos encontramos,
despidos e descalços,
distantes de tudo e unidos em comunhão,
quando é alma e alma somente,
quando meu nome é teu corpo,
e tuas mãos meus anseios.

É ai que sou inteiro,
e de todo felizardo,
te amando em plenitude,
onde suor salgado é rio,
em que lábios são beijos,
seios são línguas,
e línguas desejo.

Gemidos, unhas, deslecho, moleza,
que horas são?
Batidas na porta, sussurros,
- é tarde! Vai!
É cedo! Vem!
Tua cama ainda não tem ninguém.
Te amo. Eu Sei.
Te amo, também.

As coisas que ficam quando eu vou.

Aos teus olhos, que longe deixei,
deixo também amarguras,
um pouco de rugas,
e um tanto de mim.

Aos teus cabelos, entrego meu curto desejo,
e sem tê-los,
desejo meu alcançar,
em braços de outro abraçar.

Ao teu sorriso,
que dele fujo a toda.
Escondo-me e sou à toa,
me mostro agora tosco,
dividido,
entre tua eternidade,
e tua beleza.

no sertão

Estive longe, por ai,
nas terras do sertão,
nos cantos do siará,
correndo buscando cantigas,
encantos dos índios sem lar,
tecendo e ouvindo historias,
de gente doida da vida, de sangue,
de honra e de folga.
Folga de meio dia, sabe? Depois do almoço?
Quando tudo pára,
e o mundo disfunciona,
e as pessoas se deitam,
e a tarde se deixa demorar até a noitinha,
quando a lua sai bem mansinha,
calada, num vestido branco-magno,
dum supremo negro, eterno,
um terno caldeando-se de cinza, de sereno
e frio.
O sertanejo, se deita no chão batido e gélido,
de bebida ou de saudade, tanto faz,
mas ali, sua alma faz confusão com as estrelas,
e ele sonha ser mais.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...