Entre fronteiras sem fim.

Detesto despedidas; sempre digo isso.
Até que um dos meus amores disse-me: mas tu vives sempre atrás delas!
O fato é que eu sempre fui e meus amores sempre ficaram.
Essa revelação fez de mim um ser perdido em abstrações, desligado de tudo, perdido na espera, no anseio do calor daqueles corpos inventados,
dos beijos serenos na testa, dos emaranhados dos cabelos.
Fez-se de mim algo sem nexo, sem sexo,
um ser alheio a todas as linguas e corpos que não falassem códigos e dialetos distantes,
que não me entorpecem de desejo nem me desvendam a paixão.
Da distância nunca soube tirar o sumo gozo do querer;
fica na falta de algo mais quente, de pele ardente, febre.
Febril fico, e quase morro.
Para curar, compro minha passagem.
Continuo correndo para atrevassar as fronteiras, qualquer delas.
Percebi que sempre corro atrás de despedidas, mas pelo simples prazer primordial do encontro.
Fronteiriça sou.


... Fronteiriça sou.

Comentários

REAVF disse…
Mais viva do que nunca.
;]
Unknown disse…
voltou bem muié!
mto lindo!
Pétrig disse…
fiquei querendo mais.

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