terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Diálogos de impermanência...

É só mais uma impermanência. Mais uma das tantas passagens da vida. Para alguns tão simples de compreender, já para outros incompreensível.

Você me pede calma, diz que eu preciso apagar a mim mesma para depois reescrever-se. Diz que assim eu posso ser mulher, cama, gato. Assim posso preencher-me do que tanto anseio.

Não é a mulher, a cama ou o gato. São as pessoas que passam distraídas por nós e não percebem a densidade das coisas, a intensidade dos sentidos. São as pessoas, sou e você.

Se é de impermanência que vivemos, então que se viva com leveza, com desapego. Mas onde estará o desapego, o sossego, o vazio? Estará na mulher? Na cama? No gato? está neles, em você e me mim, só não aprendemos ainda como buscar...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Perdão

Perdoe-me,
Deixe passar.
Se eu tenho um dois três erros,
Deixo-te perdoar.

Ouça o apelo,
Crave na carne perdão.


Em uma oração:
Pondere os desejos,
Meus muitos defeitos,
Meu jeito de amar.

Perdoe como se deve,
Ame com moderação,
Não se faça embriagar.

Perdoe-me,
Tenho teu coração como abrigo;
Mas sinto grande perigo...
Quando não o vejo perdoar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Rápido.

Na tarde extensa,
demorada,
ensolarada,
suada,
quase arrastada,
meu coração se deixou encantar.
Eras tu. Passando apressada,
correndo,
cansada,
jogando um sorriso p'ra trás!

Derramando poesia.

Desculpe a demora,
mas não era hora,
desse samba brotar.
Era tempo de espera,
da fina e singela,
paixão secular.

Desculpe a preguiça,
mas o caso é uma missa,
uma virgilha a rezar,
De uma pena discreta,
tão fina, inquieta,
que não quis calar.

Perdoe o tumulto,
do espaço obtuso,
que essa linha deixou,
Era tempo sagrado,
de cura e ferida,
que agora sangrou.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...