Se as coisas não são tão claras,
Suas mãos enlaçam meu corpo,
Retratos brancos na calçada
Seus seios roçando no meu pescoço.

Se arte anda despercebida,
Na sala, ela, acamada grita,
Na rua só tem escuridão.

No seu corpo eu ouço um curto refrão:
Cantiga fina de desejo,
Carícias surdas entre os beijos,
Penetrantes vibrações.

Num tom azulado,
Já no roxo do corpo,
Exala na tela a cor de amanha.

Variantes na mão sedosa,
Furtiva na alma fogosa,
Descanso das maçãs.

Eis o quadro turvo em lilás,
O quadro do abstrato amor.
O resto se desfaz
E se refaz num branco suor.

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