Pra esse mar

E assim, meio à naufrágio, insisto mais um pouco
A navegar por mares que não pertenço, que não desconheço,
Traficando sintomas de desejos em meu corpo;
Findando lamúrias de um ser superior.
Aos poucos, inalcançável, foge-me o ar.
Não tenho meus pés nos chão.
Um pouco a deriva nas ondas,
Contrapés, contramão.
Eu me agarro às camadas de sal,
As mesmas que me desidrata,
Àquelas que me faz viver.
Navegando à contrapelo, ao mesmo pelo;
À transversal.
Assim, trafego por portos seguros a assegurar um cais.
Perigoso é trafegar.
È viver como pirata;
Sem métrica nem rima para esconder os desvelos, a dor, no mar.
Navegar sem rotas passadas, um pouco naufrago.
Um pouco só.

Comentários

be disse…
meu Deus, como me faz falta não te ler constantemente.
vc é um achado, ande sempre por esses mares cá perto da minha vista.

saudades, poetinha vagabundo.
;*
Anônimo disse…
"Por afrontamento do desejo/ insisto na maldade de escrever/ mas não sei se Deusa sobe à superfície ou apenas me castiga com seus uivos lancinantes. Da amurada desse barco quero tanto os seios da sereia" Ana C.

Mas quantas crases nesse mar!!! hahaha. brincadeira, gostei que só. Parace aquele do Pessoa "ó mar salgado , quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.." ou seriam lágrimas de acaso, de Ronaldo?

beijo!
Anônimo disse…
o comentário do anônimo foi meu, Carol Hilst! a mais legal de todas!hahah
Pétrig disse…
hé de ter um porto seguro.

Ah, Foi um prazer carol.
REAVF disse…
Quanto ao porto, asseguro que sim.

"Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."

Vamos além do Bojador???

Vamos?

"Quantas mães choraram,
Para que fosses nosso, ó mar!"

Não o quero, ó mar.

Não é de lágrima esse mar, ou não era, nem será.
Anônimo disse…
ah! foi um prazer!

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