segunda-feira, 21 de março de 2016

Caro poeta,

Não há tristeza no tempo, são teias do momento.
Vão tecendo espaço e tempo, tristeza gravidade adentro.

São faltas de conceitos e empatia no coração.
Não há poeta tristeza que prega mais amor
Crer-se agora, sacia a sede, a paixão.

Por alento se faz ser ou não sabor.

Não há tempo na tristeza, poeta no papel.
Não há papel neste tempo no momento que é amor.
Uma sélfie  talvez que não sinta um registro da solidão.
Há tempos o poeta vivendo na contramão,

Há felicidade quando se encontra tempo.
Quando não esconde, por dentro, do mundo.
Um mundo sem papel.

domingo, 13 de março de 2016

Soneto da Ausência.




Se não fossem esses tempos tristes, todos os dias, essa gente toda faria diferença
Mas são, e não fazem. Talvez aqui, na poesia muda eu encontre calado o alivio
que não pousa na rotina, o descanso que tesa sobre ombros e não pesa sobre os olhos,
que não finda ao dormir e nem esmorece ao levantar...

Se não fossem esses tristes dias, esse tempo todo, talvez a gente, faria a diferença,
Mas são, e não fazemos mais. Quem sabe aqui, no papel silencioso eu cure a ferida
que não cessa na tarde hora, a chaga que lateja exposta sem parecer escondida,
que não deita ao anoitecer, e nem vai embora de manhã.

Ah, que soneto lindo eu faria, todo errado na métrica, todo errado na rima,
se não fossem esses, tristes tempos, de driblar o coração,
e permanecer constante na saudade.

Ah, que soneto lindo seria, todo certa na prosa, todo certo na lira
se não fossem esses, dias tristes, de partir o coração,
de manter-se inconstantemente solitário. 

sexta-feira, 4 de março de 2016

Escribas e a História

Os escribas têm sede de (des)informação e poder.

É muito interessante como no seu desenrolar a história é orquestrada pelos que controlam o discurso. O enredo é construído dentro senso comum fantástico, as pontas soltas amarradas com evidências não comprovadas, mas enraizada pelo contexto arbitrário. Se o discurso depois mostra-se vazio, a estética (a simbologia) faz crer que tudo não passara de verdade, devido a imagem gravada na mente.

Os escribas dominam a história.

O homem depois que crer não gosta de voltar atrás. Tudo é abalável, menos sua crença. A razão trabalha incessantemente para comprovar aquilo que se crer, quando na verdade deveria trabalhar com a dúvida até esgotado a última fonte material. Por muitos, a história é usada para atingir inimigos e não para compreensão da realidade. 

Os escribas guardaram os fatos.

Podemos substituir, na crítica a cima, o termo História pelo termo jornalismo. Mas não o Historiador pelo jornalista, pois ao historiador não cabe relatar o passado por fontes anônimas ou reproduzir discursos comuns. Ao historiador cabe sim a problematização de um período levando em conta sua pluralidade e os enredos ali orquestrados, onde todo vestígio de ação humana se torna fonte escancarada. 

Os escribas têm que dar explicações sobre os invisíveis e os poupados da história.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...