quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Paraninfa

Quis transformar a raiva em rima
E descontar na poesia toda frustração que eu causo, 
do qual teu lirismo canceriano se aproveita.
Aumentando, nossa injuria recorrente.
Ainda bem que não consegui, ela não saiu, não externei o sentimento, 
ia ser uma poesia feia, calada.
E todas sabemos quão ruim para uma poesia é ela não dizer nada.

Travada, ela seria indigna do nosso amor intempérie. 

Para Sofia ...

Aos sete, revi tudo, valores, rancores e paixões.
Fui brincar no jardim da alegria e encontrei você lá.
Pudera eu ser feliz todos os dias, pudera eu não saber que perdi tanto.
E se recuperar não dá, já que tempo só passa para frente,
Sintonizemos ao menos, o passado em uma estação eterna:

Em que nosso abraço possa ser para sempre. 

5 e 88

Peito e dor são duas coisas que não cabem na mesma poesia.
A saudade é um passo infinito e sem volta.
Para um, não lhe cabe tanta mágoa.
Para outra, quando se instala dona da casa, haja alma.
E no meu comodismo, gosto de estar à toa, e contemplar essa nau.

Assim, do auge do meu egoísmo, consigo bufar de teimosia só para ti. 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Um toque de realidade e
muitas entrelinhas.

Você...

Sutil abstrato,
doce imaginação...

Quase posso sentir o pesar
das palavras sem ensaio e
ousar vê-las serem formadas
em teus lábios...

Pés no chão.

Entrelinhas são aliadas perigosas.

Os risos que não vi,
guardarei...
E hei de ouvir baixinho
os teus olhos expressivos...

Escorrega delicadamente
entre versos...
Doce ausência presente...

Do seu jeito,
Do meu jeito,
Do nosso jeito.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...