quarta-feira, 26 de junho de 2013

Desejo e fantasia
embalados em minutos.

Minutos disfarçados de segundos.

Segundos maratonistas
aliados ao tempo
tramando um despertar desagradável...


Um ar distinto
contrariava a natureza...


Possuidor de cheiro e cor...

Foi instinto e só.

O cheiro, a cor, o vento, o tempo...

Uma conspiração sem fim.

Você estava lá.

Eu estava lá.

Desejando não desejar...

E desencantadoramente...

O cliente, o sorriso, a fila, o olhar, o caixa, as palavras sem ensaio...

O despertar!

sábado, 15 de junho de 2013

Milho.

Me melhorar
não é questão de ser,
é de sentir,
pois sem ti,
não sei ser melhor que uma espiga
um espantalho,
que espanta o medo,
e com medo do que virá,
de ficar sem êne nenhum,
do meu amor, será! ?
São:  Joãos! todos por ti!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...