sábado, 31 de março de 2012

Pé dante não ser

Se acha e me acha,
me acho se achas
que sou todo certo de mim.

Não acho que sou,
 porém já não procuro ninguém pra ser
.
Deixa livre a imaginação, esqueçamos os ídolos.
O legal é não ser nada daquilo que o outro inventou;
ou ser,
se é mesmo definido por outro o seu suporte de vida

Ninguém não o é sem o pão, como não o é sem a vida
.
Legal é ser o que ainda está por vir.
Mas
porém
entretanto
todavia,
ou
quiçá,
talvez,
sem pão
toda metafísica se tornaria mentira
e a matéria gritaria pedindo atenção
ao seu suporte de vida.
Eu não me acharia todo crítico,
se se achar se resumisse a sobreviver

 colocar medo em quem só se acha com ídolos.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Para...

...Ser feliz para mim,

tem que ser aos pouquinhos,

assim devagarzinho,

para não gastar rápido a raridade que é,

que escorre todos os dias de nós

nos caminhos incorretos dos nós,

ou ainda nos retos que seguimos cientes,

onde ela não há, só sua busca de estar....

Onde o ar, respira a alegria de ter esperança.

E não vemos tristeza,

nem lágrima, nem dor,

porque dela,

é a beleza de ser inquieta,

viva, vida.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Padre Antônio Tomás

Desenganos


Muitas vezes sonhei nos tempos idos
Acalentando sonhos de ventura,
Então a voz da lira suave e pura
Era-me um gozo d'alma e dos sentidos.

Hoje, vejo meus sonhos convertidos
Num acervo de dores e de amargura
E percorro da vida a estrada escura
Recalcando no peito os meus gemidos

E se tento cantar como remédio
Minhas mágoas ao sombrio tédio
Que lentamente as forças me quebranta

Os sons que ira que arranco agora
Mais parecem soluços de quem chora
Do que a doce toada de quem canta.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cronologia

Hoje Chico, amanha Francisco e nenhum francês

Aqui Paulo, ali João, um pequeno em desunião

Onde Pedro é Damião, que acalma a grande rocha

e José não.

Um bom homem não o é.

Daniel o julgará?

Em ti, a gosto são dádivas.

Como de André, o viril.

Simão, Tadeu, Matias.

Filipe Tomé e Mateus,

Todos filhos de um vão

o vazio de tudo,

onde tudo há

como um inexistir eterno.

quarta-feira, 14 de março de 2012

De tudo, fragmentos

Eu necessito ser incompreendido. Eu te deixo uma dúvida entre a dúvida e a certeza. Eu te deixo só, perdida na linha do raciocínio e acabo sendo tão claro como a luminosidade que te cega. E tudo isso é tão banal quanto a mania de explicar o querer e o sentir, os desejos inúteis causados pela ânsia do não ter, o imaginário e os romances astrais. Ficamos assim nesse papo cabeça afunilando o que nos diverge e deixando o tempo correr – se é que ele corre para algum lugar.


Eu fico olhando o teu corpo, tuas curvas e seios. Imagino que tudo reside aí no corpo que se transforma. Além do corpo, derreto-me em teus pensamentos e viajo em teus sonhos que se confundem com os meus. O teu corpo é tua casa – uma bela casa. Tu és o sonho e os pensamentos bons, substancia e a matéria de tudo que é amor.


Eu não tento compreender nada, vivo nosso futuro e passado. Pela janela, o coqueiro dança embalado pelo vento que assobia canções inéditas para casais apaixonados. Percebo que não somos os únicos a amar. Todos os verbos conjugam-se no plural quando falamos de humanidade. Eu me sinto humano demasiadamente humano. Eu me sinto carne, sinergicamente feliz.


Eu te li em trechos de livros, eu te leio agora e te sinto. As páginas são bem mais saborosas. Eu sou todo sorriso que dizes não entender.



quarta-feira, 7 de março de 2012


A “gente” é grande e
o tempo é curto.

Falta é tempo
pra “gente grande”
ser tão grande.

No tempo do meu tempo,
sobravam horas,
pra “gente de pouca idade” correr na rua
e brincar “do que vai ser quando crescer”.

“Quando crescer eu quero ser...”

“Quando crescer eu penso nisso!”

Cresceu a menina, cresceu o menino,
o tempo transcorreu, correu...

Alguém corre e alcança o danado do tempo....

Outrora era correr na rua,
agora é correr contra o tempo!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Calma


Paciência pá
Suicida
Parida para
engolida
no  lar.
A ciência tá
precavida
contada para
paciência  para 
pestanejar.

Paciente tá
nessa vida
na ida para
participa
 nu  lá.
 O ciente tá
na ciência
para paciência
para trafegar.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...