quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De tantos casos
enquadro-me no caso
em que o acaso me puser...

Utópico, é raro;
Fictício, é fato.

Amante em poesia...

Desnuda...
Em corpo e alma.

-Decifra-me...
Como um delicado desafio
ousa findar em gozo.

-Devora-me...
Como um ávido predador
no ápice do instinto.

Sua serei
em suor e sabor.

Despida em poesia,
essencialmente nua...

Um paradigma em desalento,
tênue como um cristal
a ser delapidado...

Só para você.


Minha Linda

Estou com um caso com a distância,
mas ando com a esperança desse caso findar.
Só para eu ficar com você e dizer,
mansinho, como é gostoso lhe amar.

Estou com caso com outro caso,
pois o acaso já sei de có.
Prefiro um destino raro, guardado
para os corações que vieram do pó.

Estou com um caso escrachado,
safado, assanhado pelo amor.
Vai além do trivial, beijinhos,
romance, desejo em flor.

Estou com saudade do amanhã,
do próximo passo, do meu futuro
caso com você, só pra  voltar a dizer,
sinceramente, como é gostoso lhe ter.

Quatro anos.

Todos os dias quando eu te chamo em pensamento,

logo e sem demora,

como é próprio da correria descompassa da inocência,

sabiamente alheia a toda má sorte de pilhérias adultas,

me vens sorridente,

desconexa e desengonça me abraçar,

e na minha realidade lúdica,

gira e roda, salta e rodopia.

Alegria a torto e à direito,

nos braços de um pai:

que faz-se em ti,

que pula, chora e ri,

correndo hesitante na vida,

tão perto e tão longe,

onde sempre a saudade

entre nós, pareça inexistir.

domingo, 28 de agosto de 2011


Química e história
fantasiando o mesmo enredo.

No amor,
mãos dadas...

Na real,
mãos atadas...

Cabem na mesma frase.
Perdem-se no contexto...

Querida poesia...
Perdi-me entre as linhas
da história da química contemporânea...

Sou réu confesso,
pecadora arredia...

Matei a minha vontade
sem matá-la de verdade.

Um tiro com balas de festim.

E ela ainda vive...

Agonizando...

Vontade que anseia saudade...
Saudade que inspira vontade...

Materializada em poesia,
Imaterializada no ato.

A poesia vai além dos desejos.

sábado, 20 de agosto de 2011

Fluisobre

A Fluidez dos acontecimentos se reflete no dinamismo eternizado da vida, representada nos gestos, nas palavras, e nas concepções, e ocorrem de forma mais intensa e natural, a meu ver: quando opera o acaso,

o destino, o traçado, o feito, o escolhido, o caminho

que todos nós temos.

Já as constâncias dos sentimentos,

Essas não cabem na poesia.

Sobre o inusitado.

La fluidité des événements se reflète dans le dynamisme de la vie perpétuée, des gestesreprésentés, les mots et les conceptions, et se produisent de façon plus intense et naturel, à mon avis: lorsque vous actionnez la chance
la destination, le chemin, fait le choix, le chemin
nous avons tous.
Depuis la constance des sentiments,
Celles-ci ne rentrent pas dans la poésie.


Tão perto, tão leve...

De olhos fechados
ela quase pode imaginar
cada linha escrita
de cada frase não dita.

Um toque no silêncio,
conduzindo-o ao pesar
de versos tão singelos.

“Pecado é lhe deixar de molho”...

Ingenuidade singular...

Palavras que encantam...

Afinidade infinita...

Lugar errado,
hora errada.

Fecha os olhos novamente
e deseja não desejar.

Uma noite seria pouco
para o tanto de vida
a desenredar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De coração:

Não sei conter desejos, nunca soube.

Brincar com o risco e não queimar-se.

Quereres nas palavras taciturnas e desinocentes.

É como flertar com a carne e não devorá-la, suculenta.

A vida esta noite, talvez sem jogos fosse um pouco melhor.

O único pecado é possuí-la sem tê-la, é senti-la e não degustá-la,

Desejo sempre há, confesso.

Inócuo em cada olhar que não se cruza.

Quadrinhos e economia,
o começo de uma história
sem fim...

Risos e letras,
palavras deslizando entre os dedos.

Quase ganham vida...

Conversas atemporais.

Teço com fios de encanto e sabedoria
a noite que o descortês (o tempo, outrora aliado) consentir...

Conhecer não conhecendo e
olhar sem vê.

Um laço de fita na menina
que é laço de sangue.

Um laço de sangue no pai
que é laço de alma.

Um laço,
porque o nó compromete a beleza e a estrutura...

De pai, de filho, de amizade...

De tantos laços;

Enlaço-me na doçura dessa prosa “sem fins”...

Firme e atemporal...

Como a nossa poesia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nova saudade

Já que levo comigo mais um amor
assim escrevo sem saber a próxima frase;
assim escrevo um sentimento compartilhado sem frases; 
aqui escrevo o meu eu que se perdeu...  mudo, louco por te sentir
aqui escrevo sem eu onde só existe tu;   fracas palavras que não se faz ouvir
aqui assim tudo é tão meu...
e eu me escondo da nova saudade 
que a pouco zombei por não existir 
assim aqui sou tão ridículo,  insisto
não vivo o que sinto, 
vivo um sorriso da próxima sensação
 um reencontro na alucinação de ser amor a saudade que estará por vir


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entre máscaras e livros, vamos tecendo a nossa história.
Educação de teoria e alfabetização de números.
A Colombina vestiu sua melhor fantasia e a mais vistosa máscara, só pra ver a banda passar...
Mas não passou.
O PISA não passou.
Uma educação que tenta vestir números, medidas e parâmetros mundiais e não impressiona ninguém.
O problema está no verbo. Não é vestir, é investir. Conjugado de qualquer forma, cabe perfeitamente no manequim brasileiro: O danado do “investir”.


E tudo acaba na quarta-feira de cinzas.
Caem as máscaras.
Ficam as cinzas.
Máscaras e fantasias...
PISA para IDH.
PISO para professor.


Que voem confetes e serpentinas no carnaval da educação.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Racionalmente étnico.

Uma cor muda e expressiva. Uma voz estonteante. Alguém consegue ouvi-la. Quem entenderia o grito abstrato de uma cor? As crianças entenderiam... Raça e etnia seria complicado demais para a maioria dos adultos, mas os de pouca idade simplesmente entenderiam. A racionalidade da raça inexistente, no contexto, ou etnia, que seja, perturba-me os sentidos. Minha consciência é negra, é branca, é amarela, é de todas as cores. As cores das minhas atitudes. Não preciso da "isonomia" para saber que somos iguais. Alguns precisam. Precisam de mais do que isso. Uma consciência racionalmente étnica e isonômica, quiçá... Brancos com consciências negras, negros com consciências brancas. E findam em Brasil. Mamelucos, malucos, cafuzos, confusos...IGUAIS.

Opa...mas ainda tenho que responder ao censo e o meu bom senso me pede para ser imparcial...

Sou verde, sou a "meninazinha de olhos verdes", de Mario Quintana:

A Esperança.

sábado, 6 de agosto de 2011

improvisando amor

Como um bicho réi do mato,

Eu como, ou sou um sapo:

Um trapo, sorrateiro todo sem tu toda.

Nua que raia a noite como lua,

e brilha intensa dia-a-dia,

clareando a rudeza de um sol.

Sobressalente aos lençóis

da ternura, e da beleza,

e da loucura,

como se fora um cordel,

que encanta à um canto

qualquer,

de amor.

Dois arco-iris

Dois arco-íris no chão,

e as lembranças são cores,

de águas profundas,

perdidas num tempo,

esquecidas nas horas.

Que vagueiam nas veias noturnas,

perambulam nos nervos sedentos,

e findam por desaguar

nos corações taciturnos.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...