quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Montanha

Teu ciúme me põe nervoso a pino,

Como num cume montanhoso,

em que o gélido vento,

corta a carne e a esperança.

Teu ciúme me põe queixoso a toda,

Gritos, farpas, gelos, vamos.

Todos cheios de enganos

Todos tão cheios de nós.

Teu ciúme porém

De coisas passadas,

e casos antigos,

que nem sequer

arranham-me mais

são ao fim,

um alento sério,

verdadeiro,

e até cabe em minha canção.

Que te fala ao ouvido,

baixinho também,

só pra ti,

Quão envaideço com ele,

sentido ao inverso,

o sabor da tua paixão.

domingo, 26 de junho de 2011

Amor,

Ele não toca por nada ou do nada.

Ele aflora e toca...
Silencia, suspira e lê.

Ele sente como se fosse pele,
a tua, o teu desejo...

Ele te consome,
te mede em pêlo.
Ele não é assim,
ninguém sabe como é...

Se é um acaso, um caso
se tem ou não valor
Não se sabe
pois não é de amor nem de sofrer.

Ele não toca por nada
ou vem do nada
O que se sente é o que é
Ele, de tudo ou do nada, se mostra
e se denomina prazer.

sábado, 18 de junho de 2011

Laço visível

Toda referência
ou reverência,
à qualquer coisa,
que pode ser notada,
e sentida como uma poesia,
ou um acaso qualquer,
é digna de noite
e de nua se é,
de laço de leite,
de sono e de flerte,
brincado se quer.
Poesia é pra isso,
senão pra qualquer coisa,
unir e enlarçar-se em algo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Laço invisível.

Unidos em palavras.

Poetas desconhecidos
em versos reconhecidos.

É como conhecer a alma
sem nunca tê-la tocado.

Somos poesia.

Nua e sem rosto.

Poetas do (a)casos.

De dores, devaneios, amores...

Um laço. ( o laço é mais nobre que o nó)

Poetas de alma.

Sem tato.

Sem teto.

Só alma.

E a poesia acontece.

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Soneto ao Rei dos meus sonhos. (João Artur)

Chamavam rebento.
Esperavam rebentar.
Uma palavra não definiria
o tamanho do amor a desabrochar.

Um pacto:
Para sempre amor.
Um parto:
Sem nenhuma dor.

O grande encontro:
Um “pedaço de mim”.
Como um reencontro:
O meu melhor sim.

É amor materializado.
O melhor “pedaço de mim”.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Saudades de dizer eu te amo!


Saudades de dizer eu te amo!    
Saudades de sentir por alguém
a dor que se discorda.
A dor do eu casal
que busca se entender.
Saudades de parar o mundo,
só pra se fazer amor.
Fazer amor
e depois sexo,
fazer amor,
AMOR.
Dizer ao amor,
carinhos na cama,
depois que se ama
e volta a acordar.
Ver o dia nascer
E o amor sorrir
por amar antes do café.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lua Cheia

Gatos gemem
ais e ais pela noite,
madrugada adentro.
Fria noite,
sopra o vento.
Latem cães,
gritam céus,
cantam ruas:
latas!
lixos!
luas!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mais que saudade.

Que saudade quente de ti!
Suada feito um correr
Correndo feito um sabor,
De um toque,
de um beijo
e um calor.
Ai saudade mansa de ti!
Selada na jura mentirosa
de um amor eterno,
quase perfeito,
quase infinito,
quase materno.
Tanta saudade magoada de ti!
Feito lágrima caindo devagar,
Que molha e arrasta p’ra baixo,
O delicado soluço de medo do teu rosto.
Saudade, palavra vil.
A julgar-se tão bela,
e tão plena,
não é mais que falaça,
de graça: um poema.
Só tempo,
espaçado e arisco entre nós.

quinta-feira, 9 de junho de 2011


A minha saudade é uma inspiração...

Voa alto e
logo volta.

Ao tempo do meu tempo
e aos olhos dos meus olhos.

Comando a minha saudade,
enquanto aprecio a minha inspiração.

Inspiração com um quê de “piração”...

Derivei-a até os seus limites.

Reduzi-a ao pior de seus devaneios.

Chamei-a de pirada.

Perdoa-me, doce e ingênua aliada...

Desatinada sou eu.

Seja bem vinda.

Um pouso leve...

Quase posso ouvi-la chegar... 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Amor em flor

Minha flor serena
De alma cativa
Sempre acena
Ao meu bem querer.
Minha Rosa, Tulipa, Lírio e Orquídea, Gloriosa;
Íris, Cravo Pink, Centáurea saborosa.
Você cai bem no meu querer.

“Flor-da-paixão”, Amor perfeito,
Alfazema, Jasmim.

Erva noturna,
Erva diurna,
Erva do bem: Manjerona,
Afrodisíaca e relaxante Ana.
Minha flor, Você traz o bem pra mim.

Miosótis, Peônia, Prímula,
Violeta e Ninféia
Girassol e Bromélia.
Flox de amor, Margarida,
Madressilva, Camélia,
Cravo e Rosa vermelha

São todas flores do meu jardim.

sábado, 4 de junho de 2011

O Triste encontro.

O Poema e o Sorriso,

Passeando distraídos, se encontraram sem querer,

E um queria do outro, algo comum de se querer.

O poema mais comedido queria um sorriso

E o sorriso mais espontâneo queria um poema.

Não teve risada,

Não teve trema.

O poema querendo o sorriso,

O sorriso querendo o poema

Não teve alegria,

Não teve pena,

O sorriso queria o rima,

O poema queria os dentes.

Acabou o encontro,

Nada sobrou,

Pouco se fez,

Não deu pra sorrir

Nem pra escrever.

O poema ficou

A navio ver.

E o sorriso por fim entristeceu-se,

Parece que não se estampa mais nas faces,

Quis virar lágrima!

Não contou mais belas histórias

Não quis mais saber de poesia barata,

Os últimos que o viram contaram de sua dor,

Dizem os mais antigos que fora errar nas bocas do mundo,

pela breve eternidade.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Insônia

Dos outros, nem sei...
Quanto a mim
nem questiono
são tantos anos
que me canso
e decido sair
sem sono
só pra saber de ti.
Quanto aos mesmos
eu os mereço
são eles o tropeço que me faz refletir...
São tantos para (des)construir.

Quanto ao resto disperso não sou eu que vou contar.

Quanto a ti sei lá é meio assim vá lá há de valer quiçá uma reza, uma fuga, um lar.
Um canto que eu possa dormir.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

P'ra ela

P'ra que fosse só minha e tua,
e porque
Só nossa seria
E p’ra que?
P’ra guardar-se eterna e todinha,
em ti, p’ra mim
em nós, p’ra sempre
em mim, p’ra si
semente.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...