sábado, 30 de abril de 2011
Palavrarde
sexta-feira, 29 de abril de 2011
não sabo, não sabo.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
O plágio de uma dor.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Sem mágoa?
Submisso,
Com a boca cheia de perdão
Guardo o suor nos poros
Para não lhe incomodar;
Piso a três palmos do chão,
Sem forçar o chão,
Para não lhe acordar;
Ouço seus suspiros em delírio,
Flutuo na cantiga ressonante de sua respiração.
Sem forçar o chão;
Sem forçar o ar,
Faço sair suaves melodias dos meus passos
Para lhe acalentar;
Sei a beleza dos seus sonhos,
Conheço sua face de amor,
Sem compartilhar.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Parabéns
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Saracoteando
e não fala nada.
Eu escuto...
Perninhas pro ar...
Contemplo o melhor de mim.
Genes entrelaçados.
Os melhores.
"Saracoteando daqui pra'culá."
Isso é amor em movimento.
Fuga
Rugas
Temos que economizar.
O tempo voa e
as companheiras indesejadas
aproximam-se, sorrateiras...
terça-feira, 19 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
Incertezas.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Quebra de Cotidiano
Era uma terça-feira qualquer. Seria um dia de trabalho comum, se não fosse um incidente. Incidentes geralmente acontecem em dias de chuvas, em dias cinza. Lembro-me de está atrasado. Naquele tempo, corriqueiramente eu corria atrás do relógio. E aquele dia não era diferente, nervoso, apressado, mal olhava ao meu redor. As pessoas eram apenas obstáculos a serem superados: uma massa orgânica que eu encarava desde saída de casa, ao esperar o ônibus. Eram íntimos desconhecidos; apetavam-me e afagavam sem que eu pudesse evitar. Eu não mais dava importância... O tempo urgia! E naqueles instantes, um fino sereno anunciava uma bela chuva matinal.
Recordo, não poderia mais uma vez chegar atrasado e só me restavam dois quarteirões para alcançar o meu objetivo. Apesar do sofrimento diário, aquela pequena conquista, fazia cingir em meu rosto, um sorriso quase natural. Daqueles que temos, quando criança, ao ganhar qualquer doce no meio da rua. Ou um sorriso parecido com aqueles de adolescente quando vê uma bela moça, a qual promete ser uma linda mulher. E eu sorria quase distraidamente, quando ela apareceu.
E foi realmente uma aparição, um encontro, um acaso, um tropeço, um estrondo, dois corpos ao chão. Hoje soa hilário, mas nada me faz esquecer meu embaraço:
- É, é... desculpas, moça – minha expressão facial dizia muito mais. Ambos estavamos com os joelhos no chão, sujos de lama. E no que permetia a pressa cotidiana, as pessoas envolta olhavam.
- Não tem problema, ajude-me a levantar. – ela me olhava com uma impaciência velada por uma falsa serenidade ou educação. Seus olhos grandes, pretos, contrastavam com sua pele branca. Possuía expressões firmes, um corpo melimetricamente desenhado e natural.
Notei que na queda ela machucara o tornozelo, pois tinha dificuldades de apoiar os pés no chão. Estavamos ali parados, eu pensava por que tal criatura resolvera correr por aquela calçada tão tumultuada, entretanto, guardei silêncio. O sereno tornava-se chuva, a moça se apoiva nos meus braços, hesitante, em qual caminho seguir, parecia refletir sobre a situação. Aproveitei para sugerir que sentássemos num bar de esquina, um daqueles que servem café para trabalhadores apressados. Uma delicada careta apareceu em seu rosto, mas ela não tinha outra altenativa se não aquela de se apoiar num estranho e caminhar lentamente, próxima à parede, buscando proteção da chuva.
Ah, naquela hora, já havia me esquecido da pressa, do trabalho, de todo o mundo. Apreciava uma bela mulher, mas não como um bobo, assim eu pensava, mais como alguém que sabe respeitar e reconhecer as coisas bonitas da vida. Eu a estudava: sua mão no cabelo, o modo como bebia a água; todo aquele jeito meigo das mulheres que sabem o quanto podem ser mimadas por quem deseje agradá-la.
Ela era linda, não tenho dúvidas. Porém, em meio aos encantos de sua beleza, num estalo de racionalidade, lembrei do meu trabalho, dos meus atrasos, de como minha presença seria importante naquele escritório. Pedi desculpas mais uma vez, disse que eu estava apressado, perguntei seu nome e se estava tudo bem. Clarisse respondeu, melodicamente. Depois falara outras coisas que não prestei atenção, pois me distrai devido aos seus movimentos sutis. Entendi que ela ligaria para alguém vir buscá-la (talvez o namorado?) e que eu não me preocupasse. Estaria eu livre para seguir meu caminho. Não vi em sua resposta qualquer simpatia ou antipatia, mais uma rígida formalidade capaz de bloquear qualquer investida de um estranho.
Incomodado, segui meu caminho... Ou melhor, não sabia qual caminho seguir. Aquele incidente fez-me perder um precioso tempo. Eu me encontrava com a roupa parcialmente suja e molhada. No céu, o sol começava a aparecer por entre as nuvens e os prédios daquele centro comercial. Toda a correria, depois do ocorrido, não tinha mais sentido. Restava eu fazer o caminho de volta pra casa e pensar numa boa explicação.
Sentei no ainda molhado banco da parada de ônibus. Com um aspecto ranciza e melancólico, praguejei o incidente daquele dia, lembrei daquela mulher em meus braços e o quanto ela atrapalhara meu dia: “Como alguém corre com aquela multidão? Merda!”. E foi quando a vi passar, num belo Siena vermelho, olhando, quem sabe, praguejando ou sorrindo pra mim... É, era linda a responsável pelo meu atual desemprego.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Mitose.
Com a boca cheia de silêncio
Eu queria lhe dar uma resposta e dizer assim, esse sou eu sem tipo. Porém sei que você me conhece e já me delimitou. Sou eu aquele tipo zero, camaleão que mente e suspira pra si, voltando a se proteger, sou essa máscara colorida, insólita e bestamente feliz. Sei... mas nem sou, pois já fui e agora não consigo transfundir meu sangue e nem aqui compartilhar minha vida com outro amor – falta amores em feiras, shopping e web, talvez. Falta interesse em eu querer ser, pois tudo está diferente e o exagero já não me convence. É como se eu, de um lugar distante, visse o mundo a girar. Não sou o sujeito que o coloca em movimento; eu ouço a engrenagem, sinto o vento e nada mais. Agora faço um esforço para refletir sobre mim, estou cansado disto e do que isto possa gerar, cansei do meu umbigo e de si mesmo engravidar. Prefiro olhar com os cinco sentidos a morena que passa a loira que se passa e você que acha que os textos são retratos dos autores teatrais. Sim, lembro-me bem, naquela análise de bar, você estava correta, eu não me mostro mais, não tenho nada a mostrar senão viagens amorosas do que não vivi. As minhas deixo cá quietas, guardadas a quem merecer. Mostrei-me demais, mulher. Nas conversas por aí, em vários botecos e rodas de violão, eu contava minha tragédia de amor e desilusões. Eu tive várias platéias que se solidarizavam e outras que caladas zombavam do meu estado patético de querer apenas atenção. Comigo não, prefiro a ação. Com meu sangue não quero mais ninguém alimentar. No entanto, vamos em frente, porque do passado levo a boca cheia de silêncio.
sábado, 9 de abril de 2011
Por uma noute
Não me leve tão a sério,
eu gosto é de amar
Assim de brincadeira:
amar, chegar e sorrir.
Nada de complicado,
explicado, nem forçado.
Amor comedido, sim!
Um quê exagerado
e próximo do fim.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
O mundo!
Volta pra cama
Das dunas fiz um porto.
Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e de descanço de um trabalhador da p...