segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Hoje, Amanhã ou Depois
no meio você está.
Você e mais dois
e mais três
e muito mais do que imagino ser, ter ou querer.
Telefone não alimenta meus sentimentos
mas destroi minha mente com pensamentos perversos
submersos nas maldades que os homens insistem em cometer...
Nesse fim de ano
sinto um novo início em mim.
Só naõ sei se nesse novo início cabe você
e os outos dois,
os outros três,
e os outros,
mais do que imagino ser, ter ou querer...
Plagio.
é a ultima vez, só mais essa,
se não voltares, é ex,
te deixo em paz,
deixo seguir,
deixo pra trás.
Mente então que não quer voltar,
e volta a ser sozinha!
Volta que talvez, o mundo ainda te pertença,
vai que ainda não foi dada sua sentença,
e vai que tu encontras alguem melhor do que eu.
Se voltar porém,
te faço mar,
poesia e canção,
a rainha, a princesa, o refrão.
Te faço a dona do meu barracão,
plagio da melhor qualidade de música,
da melhor cartola, do melhor francisco.
E se voltar mesmo, eu prometo,
vai ser a ultima vez.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Pra esse mar
A navegar por mares que não pertenço, que não desconheço,
Traficando sintomas de desejos em meu corpo;
Findando lamúrias de um ser superior.
Aos poucos, inalcançável, foge-me o ar.
Não tenho meus pés nos chão.
Um pouco a deriva nas ondas,
Contrapés, contramão.
Eu me agarro às camadas de sal,
As mesmas que me desidrata,
Àquelas que me faz viver.
Navegando à contrapelo, ao mesmo pelo;
À transversal.
Assim, trafego por portos seguros a assegurar um cais.
Perigoso é trafegar.
Sem métrica nem rima para esconder os desvelos, a dor, no mar.
Navegar sem rotas passadas, um pouco naufrago.
Um pouco só.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Game Over
tá dificil
pra rimar,
pra esse
mar.
um sim sendo
um enfim.
facil,
de finalizar.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
In memorian.
Ela nos força a guardar lugares, cheiros, pessoas, acontecimentos... Bons ou ruins.
Ela abre armários e mais armários na nossa cabeça pra guardar uma porção de números de telefone, de datas de aniversário, de consultas no médico.
A memória pode nos ajudar a lembrar onde deixamos aquela nota de 2 reais que a sua mãe mandou você trazer de troco; pode nos forçar a lembrar da besteira que fizemos na noite passada...
Memória é importante... Constrói um bom pedaço da nossa personalidade... Ela soma nossas experiências, seleciona acertos, salva em um CD os erros, no caso de ter que nos mostrar pra dar um sermão...
Memória te dá a possibilidade de ver a infância, o aniversário de 10 anos, a queda da bicicleta, o primeiro beijo, o primeiro porre.
Memória é uma questão física, biológica, química.
E contra ela, existem drogas, stress, distúrbios...
Memória falha, memória apaga, memória trapaceia, memória morre.
Meu DDA pode travar minha memória, fazer eu passar por maus bocados, atrapalhar minha vida inteira... mas quando a gente ama, a memória ganha outra conotação, outro significado, outra força motriz. Ela consegue restaurar tudo que já tava perdido pelas estantes, empoeirado, travado pelo DDA...
Sabe quando você escuta: existem coisas que você não esquece nunca?
Essas, pra mim, são poucas, já que meu distúrbio não me dá esse luxo.
O Sol daquelas costas, refletindo o sol do céu, é uma dessas lembranças.
*Na minha memória existe um lugar cheio de ondas e uma plantação bem cuidada... O nome de lá é Marcelo.*
Graciosidade temporal.
Levar os meu dias, minhas agonias
Lavar as feridas, bater o portão
Deixar para ontem o tempo perdido
Rasgar com o vento a total solidão
A graça da vida é ela passar...
Passar com meus dias, com as noites também
Passar com janeiro feito vendaval
Atrasar os minutos, me fazer de refém
Contar os segundo para o carnaval
A graça da vida é ela passar...
Ver folhas cair, o sol me torrar
Ver flores surgir, o frio congelar
Levar os meus anos, os meus desenganos
Aumentar as velinhas, mudar os meus planos
A graça da vida é ela passar...
Trazer gente, levar gente
Pensar no futuro, esquecer do que sente
Esquecer do presente, presentear
E a gente?
A vida acha graça quando você me passa pra trás...
Mas eu digo "A graça da vida é ela passar"
Você me engana, mas a vida passa e te leva pra lá.
E não existe nada mais gracioso do quê ter a certeza de que amanhã vai ser outro dia.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
O velho e o moço
Eu sou o velho e o moço numa só alma. O velho já se cansou das antigas feridas, dos recalques insistentes, dos hábitos arcaicos. O velho já não confere aos seus fantasmas o direito de permanecer. Nas andanças da vida aprendi que na velhice a águia esmigalha o próprio bico envergado para sobreviver. Sei que muitos dirão que é um exagero utilizar tal metáfora mas, eu também quebrei o velho bico que me impedia de comer cada pedaço de vida que me era oferecido.
O velho em mim permanece numa mesa de bar, numa roda de samba, numa prosa animada. O velho em mim ainda vive mas já não carrega a melancolia de outrora, em seu lugar traz boas gargalhadas, cantarola novas e antigas canções. Coabita com o velho, no mesmo corpo, o moço. A mocidade que caminha com malícia, com malemolência. Meus olhos, antes opacos e distantes, hoje são olhos de corça, sempre à espreita da presa. Esses dois seres dentro de mim coexistem num infindável duelo, um quer fazer valer a experiência e por isso não se atira e o outro rebela-se contra o marasmo e debocha do medo do companheiro.
Tudo o que sei é que desse duelo não sairá vencedor pois eu preciso dos dois, um não me deixa esquecer meus caminhos e todas as veredas em que me perdi e o outro me permite perder-me outras vezes mais...
“Sou o novo, sou o antigo, sou o que não tem tempo...”
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Ohos de ressaca
são olhos me olhando devagar.
Coisa mais cheia de requinte,
Estético e hipnótico,
cinético e algo mais.
Parece pequeno, mas é grande.
Tão imenso, parece um mar.
Cheio de pacíficos e atlânticos olhares.
- Olá, sabe que eu estava admirando seu sorriso?
- Olá, sabe que eu reparava seu olhar?
E nasceram poesias e confissões,
e muitos beijos,
se os olhos sorriam
ou se o riso olhava-nos!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
E lá se vão dias sem você
dias infindos de não te olhar,
dias tortos sem ti,
quando nada acontece,
e até o vento sopra parado!
A lua já brilha um brilho choroso,
o sol não aquece, as aguas não banham,
E o amor o que faz?
Não se esquece,
da dor que o acompanha,
e já faz campanha pra tu voltar.
Vais contra a razão, diz que não presta,
diz que não dá!
diz que a detesta!
Mas que sem ela não dá
pra passar mais um dia só,
porque, só de te ver, já volta a viver.
E se há de morrer,
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Pedaço alheio.
a outra, dissociada, dividida, cria casos, me desmente
Uma parte de mim acredita, sonha e se faz criança
a outra, maldosa, cretina, me faz perder qualquer fio de esperança
Uma parte de mim me põe a cantar, a andar sempre em frente
a outra, abortada, arrancada de mim me amarra e me prende
Uma parte de mim grita e respira novos ares de mudança
a outra, mesquinha e vil, me põe tola cercada pelos muros da vingança
Vingança por despeito
vingança sem direito
por que um pedaço de mim fraqueja e pensa em desistir
mas ele nunca vai perder o direito de levantar e de novo se construir
Resistir é o segredo de fazer desse pedaço
o mais forte desse laço.
Um pedaço de mim xinga, erra e chora
mas é o pedaço que me importa, pois o podre é um oco, que só sente o seu cheiro; que faz pouco da emoção contínua correndo nas minhas veias.
Um pedaço de mim é real e não admite ser posto em dúvida.
O outro pedaço é alheio, e no final se dissolve em angústias...
Ele já vai tarde.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Ciúme
Depois do vômito ele se afoga no desconsolo.
Tudo por causa do acalanto da Mulher.
E nas entranhas do coração a náusea do querer é a impossibilidade de evitar.
Mesmo que se entenda,
que sustente a racionalidade do amor,
ainda não se controla o afeto.
Tentam induzi-lo às necessidades triviais.
Do mesmo modo que é trivial amar-te como razão de viver.
Náusea, vômito, paixão.
Depois do escárnio dos meus sentimentos cria-se uma confusão que requer alento.
Se nesse amor existe mais de mim do que de ti
Quanto ciúme há de nós nessa angústia baixa e visceral?
Será meu mau ego dando embrulhos no estômago,
Cantarolando paródias nauseantes do que seria uma traição?
Eis um vômito, um acalanto, uma canção.
Notas cifradas e feias,
Ebulições de sentimentos sem lágrimas.
Fatigante, sem razão.
Após isso,
Só quero afago, Mulher.
Para que a dor dissolvesse em teu (meu) sorriso,
Nossa remissão.
Das dunas fiz um porto.
Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e de descanço de um trabalhador da p...