Trovador errante.


Essa alvorada serei vento,
e soprarei o chamado frio da natureza.
No inverno que corre lento,
e vem atento despertar teu leito.

Na manha seguinte, serei fogo,
queimarei tuas vilas, e cidades,
restará só cinza de teus lares,
um fio miúdo do teu grão,
 uma vaca magra a agonizar!

No fim da tarde arderá teu sangue e filhos
e na noite fria de então, serei a Morte,
e te farei a cama... e servirei teu chá.

No caminho p’ro leito eterno.
Te envolverei em lençóis bardos,
que riscaram infernos tristes,
e céus amenos e
somar-se-ão a ti, 
fantasmas e lobos famintos.
Naquela mesma madrugada
sereis livre para vagar no infinito dos teus sonhos.

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